E eis que vamos a mais um texto bêbado sobre um grande evento roqueiro em Gorpan City! A organização do evento (leia-se Desert Eagle) absolutamente se superou, trazendo ótimas bandas e com a presença de um belíssimo público às vésperas do Natal. Isso demonstra algumas coisas:
1. Sim, a cena guarapuavana está mesmo forte;
2. Há gente capacitada para produzir eventos de qualidade por aqui;
3. Ninguém morreu, apesar da fama de bandido dos roqueiros.
Isto posto, vamos as fatos. Aos que pude observar, pois a Conti não me permitiu ir muito longe. Nos próximos shows, substituirei por água, para acompanhar melhor… 😛
Naturalmente, este é um texto altamente profissional feito por um completo amador, então não espere ver esmiuçadas as performances de todas as bandas, pois eu simplesmente não vi todas. Cheguei ao SERV CAR debaixo d´um aguaceiro aquático. Minha sensação foi a de que não haveria muita gente por lá. Balela. O povo não teme a água! E encheu o recinto. O início dos trabalhos foi com o João Marcos Kinseler e sua bela voz, num set mais light, pra fazer aquela ambientação da galera, sem apelar para o som mecânico. Na sequência, adivinhem… sim, ele, o baixista MAX NUNES, em uma de suas dezenas de participações! 😀 Agora, com a No Name Band! (banda sem nome ainda, com Max, Luis Felipe e Leonei. É uma banda nova, fez sua parte, preencheu os espaços sonoros e deu o seu recado, abrindo o evento).
Ainda com pouca gente rodopiando na pista, a galera da RAW MADNESS subiu no palco e mandou seu hard oitentista (Bon Jovi, Guns…), com direito a participação de, adivinhem, Max Nunes em uma das faixas, além de trocas de livros e leitura de teleprompter manual (by Marco “multiuso”, na definição do Max ahahah!). Foi apenas o segundo show da história do quarteto, já com algumas mudanças na formação. Além das “titulares” Dienifer (vocal e guita-base) e Milena (guitar), tivemos a presença do Leonei Almeida na bateria (o mesmo que tocara anteriormente com o Max e o Luis Felipe), e do baixista Lucas Dias. Banda nova, galera nova, músicos abaixo dos 20 anos ainda. Acredito que no ano que vem já veremos o grupo mais amadurecido e com melhor domínio de palco. E palco, para dominar, só tem um jeito… é encarando o monstro. Eis o setlist, gentilmente cedido pela Milena:
Wild Side – Motley Crue
Russian Roulette – Kiss
Welcome to the jungle – Guns n’ Roses
Lick it up – Kiss
Talk Dirty to me – Poison
Girls,girls,girls – Motley Crue
Heavens on Fire – Kiss
Blaze on glory – Bon Jovi

Raw Madness – Milena em ação
O zumzumzum rolou no local, anunciando um show bastante esperado, o da DANIELE KRAUZ, apresentando seu recém-lançado EP Insight (compre AQUI). Pude perceber que havia uma expectativa no ar, uma curiosidade, pois o EP foi bem recebido, mas a artista é mais conhecida por cantar MPB. Daria conta de cantar essas músicas ao vivo? Sem contar que a banda precisaria ser muito boa para reproduzir as nuances desse estilo musical. Então, vamos à banda: nas guitarras, Luciano Esmolenkos e Lukas Almeida (esse tocou até sem corda lá pelas tantas… toca muito o guri!!!); Cleiton Vicentin no baixo; José Zander, de apenas 15 anos, na batera! Pelo menos a princípio, o Zander e o Lukas permanecem na banda como titulares. Bom, com ensaios de última hora, mas muito know-how, tudo rolou melhor do que o esperado. Krauz estava segura e cantou muito bem (demonstrando na prática a importância de estudar canto). A banda, afiadíssima. Excelentes instrumentistas. Para um primeiro show, foi arrepiante, e a galera realmente adorou. Encheu de gente pra acompanhar. Além das quatro músicas do EP, rolaram covers de Nightwish (Over The Hills And Far Away, ótima na voz da Dani, que se adequa especialmente bem nesse estilo musical), Bruce Dickinson (Tears of the Dragon – arriscou a vida nessa… mas mandou muito bem em seu estilo Tarjiano de cantar, talvez a música que mais empolgou a galera da peita preta) e Scorpions (Rock You Like a Hurricane). A Tarja de Gorpa dá um passo importante rumo ao reconhecimento, com esse show. Aposto que rola um disco em 2015. Clique AQUI para ver o clip feito para a música Divine.

A Tarja de Gorpa

Lukas e Zander estraçalhando no palco
Mesma aposta eu faço para a banda seguinte, que teve que se atirar de cabeça no palco para manter a adrenalina lá em cima. Sem problemas: com a BUP & ROXETIN não tem tempo feio. Eu já cansei de dizer que o grupo é afiadíssimo. Tudo funciona de forma absolutamente integrada, um lance meio holístico. Bruxaria, claro. Page baixa em Dom Joãozito e não há o que errar. Com um setlist já padrão e bastante conhecido da torcida, a Bup lavou a alma da galera sedenta por um punk cheio de mensagens difusas e uma puta psicodelia. Em dois momentos, houve pico de luz. Coisa breve, foi e voltou. A banda não recuou em nenhum momento. Ninguém parou, simplesmente continuaram a performance. Possuídos! Sempre vale citar essa trupe (que não é a do disco voador): Joãozito na piração, Jhone e Gustavão nas guitars, Fábio na batera e o Alemão no baixo, vocais de apoio e chapelão. As canções da Bup já estão se tornando clássicos locais, visto que conhecidas do povo que canta e bebe e pula. A Garota e a Pistola, Pé de Cannabis, Abrakadabra, Tarô (essa, com uma participação especialíssima – Dom Marco, o Maicon, um dos compositores da song, subiu ao palco para dividir os vocais com o João). Lá pelas tantas, o Bocão também foi ao palco, acompanhado de sua enorme boca! A peleja do diabo terminou, claro, com a seminal, imortal e nada sazonal Sociedade Alternativa, com a Leitura da Lei. A banda estava ensandecida, Joãozito com um vocal altíssimo, e não tenho dúvida de que teremos um disco sendo lançado em breve. Apenas um ano de banda, e já com esse potencial para hits e essa presença de palco, realmente… só para os iluminados. Foco, galera! Eis o set da noite:
1 – Instrumental
2- Cannabel
3- A garota e a pistola
4- Tarô
5- Pé de cannabis
6- Abrakadabra
7- Sociedade Alternativa

Gustavão na sua levada psicotrópica

Dom Maicon e Dom Joãozito
Depois da Bup tivemos uma banda thrasheira, a Slug Killer! Ok, eu confesso… acompanhei de longe. Culpa da Conti em parte, mas também porque fiquei por ali conversando e tal. Eu não conhecia e continuo não conhecendo, mas algumas coisas ficaram óbvias: tocam muito; o gutural do cara é animal (não sei como consegue cantar daquele jeito, sem cair a garganta); pleno domínio de palco. Bastante gente na pista, pirando legal. Bonito de ver. Sei que rolou Brujeria e Slayer, entre outros petardos, além de sons próprios. É uma banda que parece se destacar dentro de um estilo que conta com várias bandas em Guarapuava. Com tanta concorrência, os caras tem que ser bons, ou acabam engolidos. Prometo que na próxima eu ouço mais de perto… 😛 . Acompanhe no youtube a música The Void, primeiro trabalho registrado da banda, e confira a porrada. Atualizando a bagaça aqui, eis o setlist dos óme:
Territory – Sepultura
Laid To Rest – Lamb Of God
Anti Castri – Brujeria
Bloodline – Slayer
Black Metal – Venom
Only – Slug Killer
World Painted Blood – Slayer
Troops of doom – Sepultura
The Void – Slug Killer
Domination – Pantera

Slug Killer
Eu confesso que meu principal objetivo nesse festival, especificamente, era ver a KINGARGOOLAS ao vivo. O povo só fala bem desses caras! Não é à toa. O disco é bom demais (recomendo muito. Tem no Armazém do Rock, ou dá pra comprar com a piazada da banda. Ou ainda, pra ouvir na íntegra no Youtube), e a banda já foi muito além das nossas fronteiras, obtendo reconhecimento real em seu estilo, que é uma surf instrumental criativa e impactante. PORÉÉÉM… eu não pude ficar para essa sequência, e acabei perdendo tanto a King (que manteve a pista lotada) quanto o encerramento com a Desert Eagle, a dona do evento, que teve umas mudanças em sua formação e pouco tempo para ensaiar. Mas, nas palavras do Giovane Kstor, foi o maior show da história de Guarapuava, e não sou eu que vou duvidar, né? 😀

Kingargoolas
O setlist dos surfistas foi esse aí, ó:
1- ENIA PUXE O FREIO!
2- PULLOVER TOM PASTEL
3- CORRA CARLOS, CORRA
4- SURF PARTY
5- ROCKULA
6- SOLOBONITE
7- LAMBRETA SUNBURST
8- CRAZY CUCKOO CLOCK
9- LE MEQUIFOÁ
10- MISERLOU
11- TITS A GO-GO
12- FÓRCEPS POSEIDON
13- RACE ROCK
14- TANTRA WAVE
15- ACME SPEED DINAMITE
16- BREAK BEACH
A Desert Eagle, com apenas um ensaio, batera novo e tudo o mais, mandou as seguintes songs:
Aces High – Iron Maiden
I Want Out – Helloween
Wish I Had An Angel – Nightwish
Superheroes – Edguy
Feelings Return – Desert Eagle
Sign of the Cross – Avantasia
E sobreviveu! Fechou a noite em grande estilo, consciente de que, com todas as dificuldades, conseguiu organizar um excelente festival, com participação efetiva da galera que compareceu. Parabéns à banda! Que 2015 seja um ano de muito sucesso a todos que se esforçarem e trabalharem para realizar seus sonhos. Novas músicas, discos, festivais e tudo conspirando para termos uma cena cada vez mais forte e produtiva.

Max, o óme das mil bandas, além de organizador do festival, incentivador da cena, entregador de água…
Agradeço ao Toni pelas fotos. Na página dele, há dezenas de películas referentes ao festival. Clique AQUI e seja feliz.
Aproveito para agradecer também às bandas que conheci e curti em 2014. Descobri muita coisa boa. Obrigado ao Joãozito pela amizade, à Bup pela sonzeira, ao pessoal da Trupe do Disco Voador (pessoas fantásticas) e tantas outras pessoas que tive a felicidade de conhecer (se começar a citar aqui, não paro mais…).
Desejo muito SUCESSO na música e na vida a toda a galera, nesse próximo ano, e que a cena possa crescer mais e mais. Há vários eventos agendados para o início do ano. Bora lotar e cantar! 🙂 FELIZ NATAL.
Compartilha aí, nem dói! :)
Curtir isso:
Curtir Carregando...